Saúde

Faltam hemato-oncologistas na rede pública

Sem interesse por parte dos profissionais para atuar no HE; única médica era docente, está de licença e pode se aposentar

Infocenter -

Pelotas está sem hemato-oncologista na rede pública de saúde. A única profissional que atendia está em licença prêmio e, assim, pacientes precisam ser encaminhados a outras cidades do Estado. A informação foi revelada pelo titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Leandro Thurow, em reunião pública da Comissão de Saúde na Câmara de Vereadores, na manhã desta quarta-feira (29).

A questão foi levantada dentro de um exemplo citado por ele, ao falar das dificuldades de algumas especialidades do município, com problemas em retaguarda no município, e que precisam de apoio do governo estadual. A questão chamou a atenção dos vereadores. A única profissional, que era docente no Hospital-Escola (HE), tirou licença entre 6 de maio e 4 de junho. No entanto, o retorno às atividades não é certo. Ela poderá se aposentar ao final do período, revela a superintendente do hospital, Samanta Madruga.

O município acertou com o Estado que os pacientes serão enviados para outros municípios. As referências são Passo Fundo, Santa Maria e um terceiro, que Thurow acredita ser Porto Alegre. Ele diz que, por precisar de duas especializações, este profissional é raro no mercado, e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), gestora do HE, encontra dificuldades no preenchimento da vaga. "Nós não temos este profissional hoje interessado no município de Pelotas. A Ebserh nacionalmente está com dificuldades", garantiu o secretário na sessão. Na rede privada, ele diz que são dois ou três os capacitados.

No momento da reunião, dois pacientes com leucemia aguda aguardavam na lista de espera. Nos últimos seis meses, foram realizadas cerca de 400 consultas ambulatoriais no HE ligadas à área. O secretário comentou que, das 15 referências existentes no Rio Grande do Sul, apenas cinco estão atuando, justamente pela falta de médicos com ambas especializações. Questionado sobre o porque o município não contrata o profissional, ele diz que tanto a Santa Casa quanto o HE estão à procura, e podem prestar o serviço. Portanto, não caberia ao município abrir concurso para contratar, até pela dificuldade de encontrá-los. Ele revelou que pessoas da rede privada foram procuradas, mas não aceitaram as vagas. "Nenhuma das possibilidades que desenhamos se mostrou possível", lamentou.

A busca continua
A superintendente do HE confirma que houve uma tentativa de contratação de hemato-oncologista através de concurso, sem aprovação. Houve também a tentativa de um processo seletivo simplificado (sem concurso), e não houveram interessados. Ela diz que ficou acordado que o HE irá solicitar uma outra tentativa de concurso simplificado. A fase atual é de preparação de documentos.

Thurow disse ao Diário Popular que há total interesse de que Pelotas continue com o serviço, mas há a dependência de que um dos hospitais consiga contratar o profissional habilitado. Ele informa que a Santa Casa manteve conversas com uma pessoa que deverá estar totalmente capacitada no próximo semestre, mas que não há a garantia de que ela aceitará o convite. Na próxima semana o secretário terá uma reunião com a diretoria nacional da Ebserh para discutir a questão. Quanto à ida dos pacientes a outros municípios, diz que Pelotas realiza o transporte, mas a questão de alocação de acompanhantes e afins fica por conta dos hospitais que os receberão.

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